quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Sobrevivendo, vivendo o Natal

‘Então é Natal, e o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez.......’ essa música cantada pela Simone já virou um clássico no final de ano, quando começo a ouvi-la, sobe um arrepio não bom pela espinha, ‘ai, já começou aquela época novamente?’


Gente, vamos falar sério, há muito tempo o Natal perdeu o significado do nascimento de Cristo e passou a ser um período maravilhoso para o comércio. As pessoas começam a viver um período de total loucura. O trânsito piora consideravelmente. Você que pretendia ir ao shopping apenas para comer algo, caminhar para descontrair não pode, pois achar uma vaga no estacionamento se torna impossível e a quantidade de pessoas que circula lá dentro é absurda. Natal não é época de descontração ou encontros com pequenos grupos. Festas só as da empresa com muita gente rindo e falando alto para mostrar que é feliz.




Querendo ou não, somos envolvido nesse clima, entramos nessa loucura de compra de presentes. Para isso andamos sob um sol escaldante, enfrentamos filas dentro das lojas para comprar e para pagar. Carregamos sacolas de todos os tamanhos, umas grandes e desconfortáveis para transportar, outras pesadas que fazem com que a saga se torne pior. Isso quando sabemos que presente dar para quem, porque esse é outro problema quase insolucionável. Chegamos em casa com os pés doendo, os braços marcados e alguns pacotes para fazer, nem todas lojas não embrulham para presente.

Natal também é a reunião em família. Aí existem as intermináveis negociações do que fazer, onde fazer, quando tirar o amigo secreto. Reclamam que a comida é pouca, que a comida é muito, tem de fazer mais doce, não podemos esquecer as bebidas. No final da ceia vem a dúvida: onde guardar tudo aquilo que sobrou? Cada um leva um pouco para sua casa e é uma quantidade suficiente para passar a semana toda sem cozinhar. Quando a comida requentada termina, tá na hora de fazer tudo outra vez para a festa de final de ano. It is not mole não.

Tá bom, não sou tão insensível assim. Assumo que o Natal é um paradoxo. É cansativa a preparação, mas falamos com amigos  de quem gostamos e não temos tempo para isso durante o ano (eu sou carente e gosto de ser lembrada). A decoração natalina nas ruas dá uma humanidade para essa cidade tão fria como São Paulo. Somos obrigadas a comprar roupas novas, sapatos novos e temos de comer doces deliciosos, sem contar o panetone e as rabanadas. Ô delicia!!!!

Que todos tenha um ótimo Natal e um Ano Novo iluminado.
Beijos MJ

sábado, 19 de dezembro de 2009

Hormônio é coisa de homem

É lugar comum dizer que a mulher é um ser regido pelos hormônios, que o nosso humor flutua conforme a época do mês, que a gente surta no pré-menstrual, blábláblá.

Mas, sabem, acho que não é só a gente que tem o comportamento regido por hormônios. Acabo de ler uma notícia reveladora, que explica muita coisa sobre os homens. Uma pesquisa nos EUA mostrou que a generosidade, mais especificamente a falta dela, tem a ver com o hormônio masculino, a testosterona.

Vejam só que estudo interessante: os pesquisadores deram dez dólares a vários estudantes universitários, com a orientação que doassem o valor que achassem justo a outros estudantes do sexo masculino. Mas antes que os rapazes começassem a dar o dinheiro, os estudiosos aplicaram nos moços duas versões de gel de testosterona, com diferentes concentrações do hormônio. Os que receberam o gelzinho meio fraco doaram uma média de US$ 1,50 aos outros estudantes. Os meninos que foram premiados com a versão mais concentrada de testosterona doaram a pífia média de US$ 0,50.

A conclusão a que os pesquisadores chegaram é que quanto mais testosterona o homem tem, menos generoso ele é (talvez a expressão correta seja "mais egoísta ele é"). A explicação é que a testosterona inibe a produção da oxitocina, mais conhecida como "hormônio do amor", porque é responsável por estimular o comportamento generoso nas pessoas.



                                                                  
Hummmm, sei, sei...Isso pode explicar, por exemplo, a inexplicável atração que exercem em algumas de nós os tipos mais cafas, cheios de testosterona, que invariavelmente se revelam uns tremendos egoístas.

Então, afrodites, prestem muita atenção na equação: muita testosterona = pouca generosidade = pouco amor. Entenderam? Por isso, antes de embarcarem na conversa daquele saradão cheio de músculos, meio agressivo, tipo macho clássico, pensem duas vezes.

Tá bom, a gente gosta de testosterona, mas está provado cientificamente: em excesso, é tóxico.

beijos,

Alice

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Minha melhor amiga, a bolsa

A gente sabe que uma mulher nunca sai de casa sem a sua bolsa. Nesse maravilhoso acessório, carregamos o básico para nos sentirmos bem: escova de dente, fio dental (o dos dentes mesmo), pasta de dente, álcool em gel, creme para as mãos, batom (três cores diferentes), máscara para os cílios, lápis de sobrancelha, uma base para o rosto, um blush para dar uma corzinha, perfume, caneta, celular, documentos, chaves, cartões...



Eu sempre pensei que bolsa fosse para isso mesmo, para carregar objetos -- e que os objetos é que fossem importantes para nós. Comecei a pensar diferente quando assisti ao filme ‘Divã’. A protagonista, uma mulher com seus 40 e tantos anos, recém-separada e com um namorado 20 anos mais jovem, vai a uma rave gay. Sentindo-se totalmente deslocada e tentando demonstrar que tudo está bem, ela segura a sua enorme bolsa bem junto ao corpo e se apóia nela, no meio da pista de dança. Achei a cena engraçadíssima, principalmente porque percebi que também faço isso: quando estou deslocada em algum lugar, fico segurando a bolsa no colo, assim não me sinto sozinha e tenho onde colocar as mãos.

Outro dia tive a confirmação do apoio, segurança e conforto emocional que a bolsa pode trazer a uma mulher. Minha bolsa foi roubada, com todos aqueles objetos de uso básico dentro dela. Na delegacia, quando fui fazer o boletim de ocorrência, percebi que estava me sentindo vazia, sozinha. Ficava procurando a bolsa, não para pegar coisas dentro dela, mas para me fazer companhia, me amparar. No dia seguinte, quando fui sair de casa, não conseguia me ver saindo sem a minha grande amiga. Então peguei outra bolsa (toda mulher tem várias de reserva), coloquei dentro dela algumas coisinhas bobas só para ela não ficar vazia, murcha, e saí com minha amigona pendurada no ombro.

Afrodites, falem sério: com todas as emoções que uma mulher vive em um dia, ela precisa de uma bolsa amiga, uma irmã siamesa, uma cúmplice de plantão. Homens, confessem: a bolsa dá um charme à mulher... e quando a gente começa a tirar o nosso arsenal de dentro dela, vocês deliram, não é?

Beijos, MJ

sábado, 12 de dezembro de 2009

Lua azul

Andei descobrindo umas amenidades cósmicas bem interessantes por aqui, afrodites. No próximo dia 31 de dezembro, teremos a concentração de três eventos -- astronômicos, astrológicos, místicos, sei lá de que natureza, mas com certeza significativos.

Em primeiro lugar, será a passagem do ano, com todo o seu significado de encerramento de ciclo e de renovação de esperanças.

Em segundo lugar, haverá eclipse lunar, o que, para os astrólogos, é presságio de emoções fortes, mudanças drásticas, revelações repentinas.

Em terceiro lugar, vai haver lua azul, que é a segunda lua cheia dentro de um mesmo mês (a primeira do mês de dezembro foi no dia 2). Trata-se de um fenômeno raro, que acontece a cada três anos, mais ou menos. Como as luas cheias ocorrem em períodos um pouco menores que um mês, às vezes acontece de haver 13 luas cheias num ano, em vez de 12. É o caso de 2009. Então, no dia 31 de dezembro, teremos a décima terceira lua cheia do ano, ou o plenilúnio 13, para quem gosta de nomes complicados e números cabalísticos.




Os astrólogos dizem coisas variadas sobre o significado da lua azul. Alguns afirmam que é uma ocasião de grande concentração energética, muito apropriada para fazer pedidos que logo se concretizarão, inclusive no amor. Outros acham que são ocasiões de alta voltagem emocional, nas quais as pessoas tendem chegar aos limites, recomendam cautela. Há quem diga, ainda, que o fenômeno atrai catástrofes naturais. O vulcão de Krakatoa teria entrado em erupção durante uma lua azul, em 1883.

Sei lá, mil coisas, como diz uma querida amiga. Só sei que o babado vai ser forte no reveillon. É melhor a gente começar a mentalizar já as coisas boas e não se meter a besta na passagem do ano. Serenidade, boas vibrações, moderação.

Enquanto a lua azul não chega, mas para entrar no clima, que tal escutar o Elvis cantando Blue Moon?

http://videos.sapo.pt/saEWvhEEEaD5klUf42NT

beijos,

Alice

PS: Mais uma coisinha: adivinhem o planeta que regerá o ano de 2010? Vênus, queridas. Ou seja, a nossa poderosa... Afrodite!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Carros e pessoas

Afrodites, hoje quero falar sobre carros e pessoas.

Vamos lá:
Carros são máquinas feitas em série para transportar pessoas e facilitar a vida delas.
Pessoas são seres vivos, complexos, únicos, com alma, corpo, espírito, inteligência e vínculos afetivos, com capacidade de amar, de criar e de produzir uma enorme quantidade de coisas -- inclusive carros.
Carros foram inventados pelas pessoas para servi-las, e portanto, hierarquicamente, têm menos valor que as pessoas, certo? Errado!
Basta ver o que acontece em São Paulo para saber que os carros valem muito mais que as pessoas. Os carros sempre têm preferência sobre os pedestres. Os pedestres que entram no carro, fecham a porta e começam a dirigir transformam-se imediatamente em outra categoria, infinitamente superior e mais poderosa, a dos motoristas, que odeiam, ou na melhor das hipóteses, ignoram o pedestre. Se o pedestre está atravessando uma rua, é bom correr para alcançar bem rápido o outro lado, porque o carro é que manda e o motorista não vai desacelerar só para o pedestre passar em segurança. Se um pedestre atravessa a rua devagar e o motorista tem de esperar ele passar, a reação contra o pedestre é imediata: "Seu folgado!" Sim, pedestre desafiando o poder do motorista no carro só pode ser folgado -- ou doido, porque corre o risco de ser folgado pela última vez na vida.
De vez em quando vou aos EUA e pego um carro para dirigir por lá. Nos primeiros dias, é um vexame atrás do outro. Estou tão acostumada ao sistema selvagem aqui, das terras brazucas, que só dou mancada. A norma, lá -- e é respeitada -- é o motorista dar a preferência ao pedestre. Se o pedestre põe o pé na faixa, o carro tem de parar e esperar até ele alcançar a calçada do outro lado, ainda mais se for no estacionamento de um shopping, por exemplo. Todo mundo obedece. Menos os capiras que, como eu, estão acostumados à selvageria subdesenvolvida de acelerar em cima dos pedestres "folgados".
Olhem, parece pouco, mas é uma enorme inversão de paradigma. Isso confere uma outra dimensão de respeito e tolerância entre as pessoas, humaniza as cidades.



Só mais uma coisa: acho que o/a motorista feroz de SP deve pensar que o filho, a mulher, o marido ou os pais dele eventualmente são ou serão pedestres. E que ele deve torcer para que os seus queridos não tenham de atravessar a rua na frente de um carro dirigido por um motorista selvagem como ele/ela.

beijos,

Alice

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Pelo direito de ter câncer

Afrodites, essa semana, entre as muitas coisas estranhas que o jornal traz todos os dias,  uma notícia de Porto Alegre me deixou muito constrangida.




Um grupo de cem pessoas -- pela foto eram na maioria mulheres, e loiras -- saiu às ruas da capital riograndense para protestar contra a recente proibição da ANVISA ao bronzeamento artificial realizado nas câmaras de raios ultravioleta. Eram usuários/usuárias e esteticistas, que pediam a liberação do tratamento estético. Carregavam cartazes onde se podia ler "Eu amo bronzeamento, isso é crime!", "Voltamos à ditadura".

O pessoal não conseguia se conformar com tamanha arbitrariedade. Afinal, se o bronzeamento artificial nas câmaras é tão prático e tem um resultado tão lindo, por que se importar com o fato de que aumenta em 75% as chances de câncer de pele, segundo divulgou recentemente a Organização Mundial da Saúde? Senhor, iluminai essas criaturas -- e não me refiro às luzes no cabelo!

Fiquei pensando sobre a história que sempre repetimos a respeito de nós mesmos, que brasileiro é acomodado, que não vamos às ruas protestar por nada. Está provado que não é verdade: quando a motivação é forte, contundente, somos capazes de ir às ruas para manifestar a nossa opinião e reivindicar nossos direitos.

Fiquei com vergonha, afrodites.

beijos,

Alice

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O lobo, o cão e a coleira

Hoje encontrei esse texto nos meus guardados. É uma fábula de Esopo (620-560 a.C), recriada por La Fontaine (1621-1695). Gostei de reencontrá-lo, porque de tempos em tempos gosto de reler essas linhas. Elas me reafirmam a certeza de ter tomado o caminho certo na encruzilhada. Vamos lá:

Certa noite o lobo encontrou o cachorro todo elegante, com o pelo tratado e uma linda coleira no pescoço. "Invejo você", disse o lobo. "Tão saudável e gordo, enquanto eu estou aqui magro e faminto."
"Se você fizer o que eu faço, também vai engordar", respondeu o cão. "Meu dono me trata muito bem, não falta comida e meu único trabalho é latir à noite quando pressinto a presença de algum ladrão por perto. Se você quiser, pode vir comigo e vai receber o mesmo tratamento."
O lobo gostou da ideia. Afinal, levava um dia-a-dia muito cansativo, porque tinha de caçar a sua própria comida na floresta. Aceitou a proposta. Mas, enquanto caminhavam, notou que o cachorro estava com o pescoço todo esfolado, em carne viva.
"O que há com o seu pescoço?", perguntou o lobo.
"Não há nada. É que meu dono me prende a uma corda durante o dia para evitar que eu morda as pessoas da casa. Eu tento escapar, a coleira esfola o meu pescoço e às vezes perco um pouco de sangue. Mas à noite, quando há ninguém por perto, eu fico solto."
O lobo assustou-se com o relato e imediatamente desistiu da ideia de morar com o cachorro.
"Obrigado, prefiro morar na floresta e trabalhar para conseguir minha comida em liberdade."

beijos, Alice

domingo, 11 de outubro de 2009

O melhor da festa é esperar por ela

Hoje vi a Monica Waldvogel respondendo à pergunta ‘qual o melhor lugar do mundo?’ com a frase ‘ o melhor lugar do mundo é quando vejo a placa na estrada indicando Roma’. Ela não disse que é Roma o melhor lugar do mundo, mas ver sua indicação, saber que Roma está logo ali.Quantas vezes não planejamos algo, nos sentimos tão felizes, como se fosse o melhor momento de nossas vidas. A situação passa e não curtimos ou por estarmos tão envolvidos, ou porque surgiram situações que não planejamos e damos demasiada atenção ao não planejado e esquecemos o objetivo principal que é viver o momento ansiado, passear, curtir Roma.Idealizamos demais. Sonhamos demais e vivemos pouco.Eu cansei de me sentir feliz só em ver a placa de Roma e não curtir Roma como ela merece, como eu mereço. Hoje dou menos importância ao que planejei, curto o que a vida me dá, adapto aos meus planos, passeio e busco a minha felicidade.

Beijos
MJ

domingo, 4 de outubro de 2009

Ver a vida e saber viver

Amigas, convidei mais uma mulher para fazer parte de nosso blog, desta vez é nada menos do que Cora Coralina que também está sendo homegeada pelo Museu da Língua Portuguesa. Como ninguém é perfeito, ela não nasceu em 10 de dezembro hahahahahahahaha. Beijos da MJ

‘Saber Viver

Não sei... Se a vida é curta Ou longa demais pra nós, Mas sei que nada do que vivemos Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: Colo que acolhe, Braço que envolve, Palavra que conforta, Silêncio que respeita, Alegria que contagia, Lágrima que corre, Olhar que acaricia, Desejo que sacia, Amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, É o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, Mas que seja intensa, Verdadeira, pura... Enquanto durar’


‘Assim eu vejo a vida

A vida tem duas faces: Positiva e negativa. O passado foi duro mas deixou o seu legado. Saber viver é a grande sabedoria. Que eu possa dignificar Minha condição de mulher, aceitar suas limitações e me fazer pedra de segurança dos valores que vão desmoronando. Nasci em tempos rudes, aceitei contradições, lutas e pedras como lições de vida e delas me sirvo. Aprendi a viver.’

domingo, 20 de setembro de 2009

Clarice Lispector

Ninguém descreveu melhor a complexidade de uma mulher do que Clarice Lispector, mulher intensa e sem medo de expor seus sentimentos, suas dúvidas, seus desejos. Não é por acaso que nasceu no dia 10 de dezembro (hahaha). Depois eu coloco um poema da Emily Dickinson, outra mulher porreta que também nasceu em 10 de dezembro.
Atire a primeira pedra quem não se identificar com este texto. beijos - MJ

Eu adoro Voar - Clarice Lispector
Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo. Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos. Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso. Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos. Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem. Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram. Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir. Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi. Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto. Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir. Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam. Já tive crises de riso quando não podia. Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva. Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse. Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade Já tive medo do escuro, hoje no escuro me acho, me agacho, fico ali.Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda. Já chamei pessoas próximas de amigo e descobri que não eram Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim. Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes. Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E daí? EU ADORO VOAR!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Meio Ambiente

Todas as vezes que recebo um email que junto com o título vem os dizeres ‘lindo’, ‘muito lindo’ ou ‘não deixe de ler’, automaticamente o apago, porque sei que vem uma história piegas com uma trilha sonora de Tema de Lara para baixo. Não me levem a mal, é que sou totalmente contra essas histórias que usam a dor e o sofrimento como meios para se alcançar a felicidade eterna. Bom..... isso é assunto para outro texto, agora quero falar mesmo é sobre um email que recebi e, apesar do título estar acompanhado de ‘fantástico’, resolvi abri-lo porque o seu título era ‘Lixo na praia’, assunto mais do que batido, tema de todos os verões, mas ainda não solucionado.
Jogar lixo em lugares públicos não é mais problema de falta de informação, afinal todos os anos a mídia intensifica as aulas de cidadania e bom comportamento, também não é limitado a uma classe social, já vi pessoas de todos os níveis sociais jogando lixo nas ruas, creio que seja de falta de educação, de falta de respeito, excesso de egoísmo. Muitas pessoas pensam que é problema da prefeitura limpar as ruas e as praias, é para isso que pagam impostos.
Me lembro que há alguns anos, eu trabalhava na rua 24 de maio, próximo à Barão de Itapetininga em São Paulo, um dia, durante meu horário de almoço, eu caminhava pela rua com uns colegas de trabalho e tomávamos sorvete, eu caminhava com a embalagem do sorvete na mão por não encontrar uma lixeira para jogá-lo, fui ironizada pelos colegas que me chamaram de ‘limpinha’ por não jogá-lo no chão como eles haviam feito. A errada era eu, não eles. Olhei para eles indignada, a atitude de jogar o lixo no chão não foi horrível o suficiente, era preciso incentivar outros a fazerem o mesmo?
Embora esse fato tenha acontecido há mais de 20 anos, vejo que não houve uma mudança no comportamento das pessoas. Os pais transferem esses valores para serem ensinados nas escolas. O papel da escola é passar outros tipos de conhecimento, mas, mesmo não sendo sua função, os educadores se empenham em transmitirem esses atos de bom comportamento e cidadania, o problema é que os educadores lutam contra um inimigo maior e quase invencível, o espelho que as crianças têm em casa. Como sabemos, o melhor argumento é a ação. Os professores falam como devem agir, os pais fazem o oposto, vale a ação vista.
Fico indignada ao ver lixo nas ruas, nos rios, nas praias, não apenas pelo dano ao meio ambiente, mas pelo fato do ser humano não evoluir. Meu Deus!!!!!! Que seres humanos deixaremos para nosso planeta?????

MJ

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O beijo que ninguém quer ver


Ela, 73 anos. Ele, 63. Um amor, uma paixão. O cenário: La Paz, na Bolívia. Irma e Jorge se conheceram há dois anos, num lar para idosos onde ambos moravam. Encontravam-se todos os dias no restaurante, mas só na hora do almoço, pois viviam em alas separadas. Uma vez por mês, saíam juntos para pegar a aposentadoria no banco. Aí, aproveitavam para almoçar ou para tomar um sorvete juntos.
Tudo muito bem, tudo lindo, tudo em paz. Um dia, porém, o romance boliviano virou drama mexicano. Irma e Jorge foram pegos...se beijando! Uma funcionária da instituição os flagrou. A coisa, aí, azedou. Mas azedou completamente. Eles foram proibidos de se encontrar. Como não aceitaram a proibição, acabaram sendo expulsos do lar de idosos. Numa pior, sem grana, buscaram o apoio das famílias. Que nada: os parentes não só não os apoiaram como ainda os repreenderam pelo “mau” comportamento. O casal decidiu ir, então, para Cochabamba, tentar a vida juntos num novo lar para idosos. Mas a instituição também não os aceitou.
Irma acabou voltando para o asilo. Jorge voltou a morar com a família. Eles ainda tentam encontrar um jeito de ficar juntos. Eles se amam... Caramba, eles se amam!
Tudo isso aconteceu de verdade, gente, não é filme, não. Encontrei essa notícia outro dia num noticiário da BBC.
Agora, afrodites, me contem: por que é que a sociedade reprime com tanta violência um romance entre velhos? Por que beijo de velho é tão indecente? Beijo de jovem é lindo, romântico, comove, encanta, os violinos tocam ao fundo... Beijo de velho causa repulsa. Os velhos podem até amar – desde que o romance seja bem platônico, no máximo pegar na mão, passar a mão no cabelo, fazer um carinho no rosto. Qualquer coisa além disso, nem pensar. Só a possibilidade de sexo entre velhos já coloca as pessoas em pânico. Ai, que horror! Velho transando!
Olhem só: eu estou dando a maior força para Irma e Jorge. Eles têm de ficar juntos – tanto por eles como por todos os outros velhos que querem amar e transar na face da Terra. Torço por eles todos os dias. Se esse negócio de energia positiva funcionar mesmo, minhas vibrações vão chegar lá. E a força do amor de Irma e Jorge vai fazer tremer os Andes.

Beijos,

Alice