quinta-feira, 27 de maio de 2010

Indignalda

Meninas, hoje alguém me fez lembrar da Mafalda, uma genial indignada. Ela tem aquele tipo de santa indignação que eu acho que a gente não deve perder: aquela que detecta e ressalta as injustiças.



E vocês, andam indignadas com o quê?

beijos,


 Alice

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Indignação

Meninas, o assunto dessa vez não é leve, como vocês já devem ter subentendido pelo título do texto.
Hoje de manhã cedo, enquanto vocês iam para o trabalho, tomavam café da manhã ou arrumavam a cama, não sei, de qualquer forma, quando vocês faziam alguma coisa de rotina numa manhã rotineira, essa muy querida amiga de vocês quase morreu atropelada por uma viatura da polícia militar.
É isso mesmo, afrodites, hoje, quando saí para a minha caminhada matinal, um carro da polícia quase me atropelou a uma quadra de casa, enquanto eu atravessava a rua na faixa de pedestres, com o sinal vermelho para os carros e verde para os pedestres. A viatura surgiu do nada em alta velocidade, com a sirene desligada, ultrapassou os carros que estavam parados no sinal,  avançou pela faixa da esquerda e por pouco não passou por cima desta que vos escreve. Tudo indica que estou boa de reflexo porque, apesar da idade, dei uma corrida que eu nem sabia que podia dar e saltei na calçada com agilidade felina, em tempo recorde. Medo. Pavor. Indignação. INDIGNAÇÃO.
A rua toda parou para assistir ao espetáculo, ou ao "quase-atropelamento". Um rapaz que passava comentou: "Isso é porque era a polícia, imagina se não fosse." Achei interessante o comentário do moço. Pensei no que ele queria dizer de verdade: "Eles foram capazes de cometer uma barbaridade dessas porque eram representantes de uma entidade que deveria nos proteger e oferecer um exemplo de cidadania, imagine se não fossem!" Fina ironia.
Fiquei alguns momentos na calçada, respirando fundo. Depois retomei minha caminhada, ainda com o coração meio aos pulos. Enquanto caminhava, fiquei pensando que uma sociedade em que a polícia desrespeita as leis de trânsito e oferece um risco direto à vida do cidadão é uma sociedade doente, perversa. Uma sociedade de valores invertidos, em que membros de instituições públicas consideram-se mais importantes que o cidadão, uma sociedade deteriorada pela arrogância e pela certeza da impunidade.
Depois pensei que esse não deveria se tornar mais um daqueles episódios que nos ameaçam mas que simplesmente deixamos passar, porque, afinal, não há nada a fazer. Há, sim, algo a fazer: sentir INDIGNAÇÃO. Isso ninguém deve nos tirar.

Alice